11 de maio de 2009

A EPIDEMIA DE CRACK

  • O crack é uma droga ilegal derivada da planta de coca, é feita do que sobra do refinamento da merla, que é sobra do refinamento da cocaína, ou da pasta não refinada misturada ao bicarbonato de sódio e água. Foi criada por soldados americanos em meados do ano de 1966, para tentar diminuir o movimento dos Panteras Negras ( em inglês Black Panters Party).
    O bicarbonato de sódio faz com que a mistura tenha um baixo
    ponto de fusão (passagem de sólido para líquido) e ebulição (uma forma de passagem de líquido para gasoso), tornando possível a queima da droga com o auxílio de cinzas, que são colocadas no cachimbo junto ao crack.
    O uso de cocaína por via
    intravenosa foi quase extinto no Brasil, pois foi substituído pelo crack, que provoca efeito semelhante e é tão potente quanto a cocaína injetada. A forma de uso do crack também favoreceu sua disseminação, já que não necessita de seringa - basta um cachimbo improvisado.
    O crack eleva a temperatura corporal, podendo levar o usuário a ter um
    acidente vascular cerebral. A droga também causa destruição de neurônios e provoca no dependente a degeneração dos músculos do corpo (Rabdomiólise), o que dá aquela aparência esquelética ao indivíduo: ossos da face salientes, braços e pernas ficam finos e costelas aparentes. Normalmente um usuário de crack, após algum tempo de uso utiliza a droga apenas para fugir da sensação de desconforto causado pela abstinência e outros desconfortos comuns à outras drogas estimulantes: depressão, ansiedade e agressividade.
    O uso do crack - e sua potente dependêcia - em muitos casos leva o usuário a prática de pequenos crimes para a compra da droga. Estudos relacionam a entrada do crack como droga circulante em São Paulo com o aumento da criminalidade praticada por jovens, como pequenos furtos e o aumento da prostituição juvenil, com o fim de financiar o vício. Na periferia de São Paulo, jovens prostitutas viciadas em crack são o nicho de maior crescimento da AIDS no Brasil.
    O efeito social do uso do crack é o mais devastador entre as drogas normalmente encontradas no Brasil. O viciado em crack se torna gradativamente completamente dependente da droga, e a prática de pequenos crimes normalmente começa em casa, com o furto de objetos e eletrodomésticos para a compra da droga. O viciado em crack dificilmente consegue manter uma rotina de trabalho ou escola diário, passando a viver basicamente em busca da droga, não medindo esforços para consegui-la.
    O Rio Grande do Sul foi assolado por uma epidemia de crack, a droga que escraviza em segundos, zomba das esperanças de recuperação, corrói famílias, mata mais do que qualquer outra e afunda os dependentes na degradação moral e no crime.
    Segundo dados do jornal Zero Hora do Rio Grande do Sul, há 50 mil dependentes no estado. O Secretário estadual da Saúde, Osmar Terra disse - ”Temos uma epidemia!”. O Estado iniciou um projeto-piloto de prevenção e tratamento, em parceria com o Ministério da Saúde, que deve ser estendido a outras regiões.
    O crack é a droga mais agressiva, seu poder de vício é alto e ainda é a mais barata. As pedras custam até R$ 2,50, menos que uma cerveja. Para a biblioteca eletrônica de revistas científicas em saúde pública a SCIELO Saúde Publica, na publicação do volume 36 número 4m o ator de estímulo ao uso de drogas está associado a fatores externos. “O estudo revela que a identificação de uma seqüência de drogas parece estar mais associada a fatores externos (pressões de grupo, influência do tráfico etc.) do que à preferência do usuário.
    Foram identificadas duas progressões diferentes: entre os mais jovens (=30 anos), cuja a escalada começou com o cigarro e/ou álcool e passou pela maconha e cocaína aspirada até o uso de crack; e os mais velhos (>30 anos), que iniciaram o uso de drogas pelo cigarro e/ou álcool, seguido de maconha, medicamentos endovenosos, cocaína aspirada, cocaína endovenosa e, por fim, crack.”
    O Ministério da Saúde adverte para uma possível epidemia de crack no Brasil. Temo que já tenha chegado na nossa região.
    A explosão do uso do crack em Alegrete preocupa o Ministério Público. Nas últimas semanas, a Brigada Militar tem feito uma média de duas prisões em flagrante pelo uso da droga. A estatística mostra uma pequena parte do que vem ocorrendo, afirma o promotor de Justiça Rodrigo de Oliveira Vieira. Ele observa que o crack começou a ser consumido com mais intensidade a partir de setembro de 2007 em Alegrete. Nas últimas semanas, o Promotor de Justiça vem se reunindo com o Judiciário, Conselho Tutelar, Brigada Militar e Polícia Civil do Município com o objetivo de traçar metas de curto, médio e longo prazo para combater a droga. Dentre ações concretas de combate ao uso do crack estão previstas batidas em locais onde a droga circula. As ações contarão com a participação de a Brigada Militar, Polícia Civil e Conselho Tutelar e do promotor Vieira. “Teremos uma atuação mais intensa em casas noturnas, bares e locais de aglomerações de jovens visando inibir não somente a venda e o uso de drogas, mas também a venda de bebidas alcoólicas a adolescentes” informa Vieira.
  • As lições dos Estados Unidos
    A epidemia do crack
    Em um dia de 1989, na hora do pico, 149 trens do sistema de metrô de Nova York param de funcionar. O motivo é o mesmo que hoje submetem gaúchos a freqüentes apagões: o furto de fios de cobre para financiar a compra de crack. Como o Rio Grande do Sul de agora, os Estados Unidos de então estavam atolados em uma epidemia da pedra. Apenas em Nova York, havia 12 mil pontos de venda. O índice de homicídios chegava a 2,2 mil por ano, mais de quatro vezes o atual. Na capital do país, Washington, o uso era tão disseminado que até o prefeito, Marion Barry, foi flagrada fumando crack e acabou preso. O quadro de desorientação e medo durou de 1984 a 1990, período definido pelas autoridades como de epidemia. A pedra se disseminou e gerou uma avalanche de assaltos, assassinatos e guerras entre traficantes. Então, repentinamente, os crimes despencaram para o patamar de 40 anos antes. Entender o que aconteceu nos Estados Unidos pode oferecer lições preciosas aos gaúchos. ”- Conseguimos pôr um fim à epidemia reforçando leis antidrogas e prevenção. Essas são as chaves do nosso sucesso. Mas demoramos demais para fazer o que era preciso. Espero que o Brasil não repita nosso erro – “disse, em entrevista a Zero Hora, Robert Bonner, que comandou a Drug Enforcement Administration (DEA), agência antidrogas norte-americana, de 1990 a 1994, período de declínio da epidemia.

algumas informações foram retiradas dos sites:

www.bengochea.com.br/detnotic.php?idc=2459 - 23k

www.novacriminologia.com.br/artigos/leiamais/default.asp?id=2440 - 35k -

Gabriel Blaskesi

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